sexta-feira, 25 de maio de 2012

A Pedra Cubica









A Pedra Bruta



Ao entrar para a Ordem, a primeira imagem com qual o aprendiz Maçom toma contato, sob um ponto de vista sintetiza boa parte, senão todas, dos símbolos pertinentes a seu presente estagio e sob outro aspecto, ela traz em si a indicação do trabalho que começou a ser realizado por aquele que iniciou o seu longo aprendizado. Descrevendo rapidamente, a imagem apresenta um jovem olhando em direção a um bloco disforme de pedra. Este jovem, provavelmente um pedreiro ou um escultor, traz consigo os instrumentos de seu oficio, um malho e um cinzel. Em uma primeira vista, logo notamos que pelo menos os já citados quatro elementos básicos da imagem, saltam aos nossos olhos. Repetindo são eles, o próprio pedreiro, o malho, o cinzel e a pedra bruta.
Dessa forma, o que antes era visto como preparação para produzir peças perfeitas, agora ganhava os contornos de símbolos que visavam à edificação do verdadeiro homem. Para tal, assim como acontecia com os blocos de pedra bruta, o próprio homem necessitaria ser trabalhado, ou lapidado, para que sua perfeição enfim se mostrasse. Na já citada imagem do grau de Aprendiz, vemos o jovem pedreiro trabalhando a pedra bruta. Para  a realização desse trabalho, ele emprega o Cinzel e o Malho. O Malho se encontra em sua mão direita, enquanto o Cinzel está na esquerda.
Comparando a pedra com o homem, é mostrado que ela, em seu estado bruto, se encontra disforme distante de um possível estado de perfeição que, mais tarde, será representado pela Pedra Cúbica, igualmente esse trabalho de lapidação poderá ocorrer com o próprio ser humano. Para encerrar diria apenas que cabe a cada um de nós descobrirmos a sutil diferença entre a perfeição da pedra trabalhada e submissão que o desbastar da pedra por vezes representa. Não reconhecer tal diferença pode nos levar a ser, simplesmente, um mero produto de nosso meio, mais uma peça moldada à revelia de nossa própria vontade, de nosso próprio querer.

1 - AMAR A PEDRA BRUTA

Devemos amar, a Pedra Bruta não para conhecê-la ao máximo, nem para tornarmos o melhor Maçom, mas para que nós nos tornemos melhor como homem, como trabalhador, como pai de família, como cidadão. Amar a Pedra Bruta é conhecer o bem. O que é conhecer o bem? É reavaliar, é conversar sobre bom caráter, honestidade, é ser alegre ser bom pai, ser membro efetivo na família, desempenhar bem no seu trabalho, exigir que você faça o melhor. É saber que você pode ganhar dinheiro pelo bem e pelo mal e optar pelo bem. É saber que um pai de família poder ser o melhor ou razoável e você optar por ser o melhor. Conhecer o bem é o primeiro passo para desbastar a Pedra Bruta. Mas para continuar a desbastar a Pedra Bruta, é necessário amar o bem, praticar o bem, adquirir o hábito de fazer o bem, é inserir o bem em você. As Pedras Brutas que é a matéria-prima da Grande Obra, sou eu, é você, somos nós.


2 - HONRAR A TI MESMO

Quando eu tive o privilégio de ser admitido nesta Loja eu renasci, eu recebi a luz, e passei a dedicar com empenho a aprender o ofício que é a Arte Real. Eu simplesmente não só escuto como se usa os utensílios para desbastar a Pedra Bruta, mas eu utilizo estes utensílios como meu próprio guia para me reeducar, tornar melhor como indivíduo, honrando a mim mesmo. Somente através deste exercício permanente, contínuo, exaustivo é que conseguiremos de fato o aprendizado desta nova noção de outro bem que é a Honra. Para isto tive de admitir que sou um homem livre e de bons costumes, isto quer dizer que tenho o direito e o privilégio de exercitar a liberdade. Exercitar a liberdade é me considerar sem prepotência, sem falsa modéstia que sou um ser agraciado. Sou meu próprio centro. A todo Maçom é dado o direito de adquirir e desenvolver, pela prática, as qualidades humanas; é dado o direito de conquistar novos sentimentos e modificar sentimentos indesejáveis, é dado o direito de disciplinar as paixões para o bem, habituando a sentir, a pensar e agir como homem honroso. Para tudo isto, ninguém, nenhum Maçom necessita ficar sentado por longos anos nas carteiras escolares; mas sim, necessita ter o desejo de fazer o bem e um pouco de boa vontade.

3 - GUARDAR AS SEGUNDAS-FEIRAS

Assim como a religião católica guarda o domingo e usa este dia para unir os seus devotos e discutir a sua essência como religião utilizando os Rituais como a missa; os Adventistas do 7º dia utilizam o sábado para jejuar e praticar a caridade, os judeus utilizam um dia do ano para obter perdão eu utilizo e utilizarei simbolicamente as segundas-feiras como um dia especial de reflexão, de abastecimento, de aquisição de novos ensinamentos. Simbolicamente, porque todo esse processo de desbastar a Pedra Bruta deve ser feito todos os dias, rotineiramente. Para mantermos a boa saúde física,  necessitamos seguir certas regras de vida material e regime esporte alimentação; também para a boa saúde do espírito, necessitamos de exercícios metódicos, por isso nós temos que guardar as segundas-feiras para mantermos permanente contato com as ideias que servem de base ao ideal moral e com os sentimentos que são os motores desse ideal. As circunstâncias banais da vida, os interesses cotidianos, as tarefas prendem o homem a limitados horizontes propícios ao egoísmo. Por isso nós temos as segundas-feiras para que de um modo sistemático, o nosso espírito faça uma pausa, para tomarmos contato com as ideias generosas e reabastecer de energia espiritual. Através das reuniões onde aprenderemos a ouvir e meditar com humildade e lucidez os ensinamentos dos irmãos mais experientes. Vamos utilizar as segundas-feiras para extrair força, riquezas de sentimentos.

4 - NÃO DESPREZAR O PRÓXIMO

Nunca crer em possuir uma verdade absoluta e indiscutível; pois é perigoso para si mesmo porque traça limites para seu espírito; é perigoso para os outros porque você imaginando que só você detém a verdade, irrita-se ao encontrar no próximo,  opiniões diferentes, e você facilmente o desprezará, levando você a intolerância, a tirania. Vamos pesquisar a verdade com a fé profunda no que ela tem de bem e de belo, mas com a convicção de que nosso espírito é por demais fraco e pequeno para possuí-la de maneira absoluta; seria crime querer impô-la ao próximo, só porque pensam de maneira diferente de nós. A verdade nada tem de absoluto, mas na prática, é suficiente para alimentar nosso pensamento e guiar nossa vida. O espírito crítico é um instrumento de trabalho, mas o espírito de crítica para com o próximo conduz somente a resultados negativos. O próximo ter uma opinião diferente da minha é para ele um direito absoluto e sagrado. Não basta que toleremos um ao outro, é necessário que cada um de nós respeite, no outro, um reflexo da verdade absoluta que espírito nenhum pode atingir, mas que cada um tem o dever de procurar alcançar com firmeza, da melhor maneira possível. Se eu na minha nova condição de membro efetivo desta Loja, um ser livre que optei pelo bem, decidi a vivenciar plenamente a Honra é óbvio que o próximo é a minha extensão. Por isso, para amar o próximo é imprescindível que tenha já compreendido e empreendido, que tenha esgotado e desgastado o pré-requisito de Honrar a ti mesmo. Se eu não me honro como reconheceria a outro?

5 - AMAR AO IRMÃO COMO A TI MESMO

Não basta que os Maçons se tratem reciprocamente de "Irmãos" e proclamem que desejam estender essa fraternidade a toda a Humanidade, para se formar uma só família. A fraternidade manifestada em palavras não faz o menor sentido, se não exprime um estado de espírito. A teoria tem que estar conforme a prática. A fraternidade está no coração e não nos lábios. Vamos afastar de toda querela, discórdia, calúnia, maledicência, cólera, rancor, vamos afastar de tudo quanto possa prejudicar a reciprocidade nos bons relacionamentos com os irmãos. Não vamos só traçar planos, vamos construir o edifício.

6 - NÃO PECAR CONTRA O ESPÍRITO

Vamos aliviar o espírito dos vícios, desvios, ilusões, escravidão para podermos alcançar a paz, a plenitude, o equilíbrio. Só assim conseguiremos transformar a Pedra Bruta em Pedra Polida. É com a saúde espiritual e moral é que vamos conseguir um corpo sadio e a serenidade.

7 - NÃO TOMAR O NOME DA MAÇONARIA EM VÃO

Depois de reconhecer, optar, verificar os resultados, constatar o que há atrás da porta é naturalmente uma oportunidade única, singular. Ser Maçom. A Maçonaria é o útero que protege, acolhe; é o alimento que nutre e faz amadurecer, é o sinalizador para o renascimento. Agradeço a todos vocês que acreditaram que eu seria uma extensão de vocês e através de vocês eu estou aqui. Sem euforia, mas sensibilizado. Obrigado Maçonaria, não tomarei seu Santo Nome em vão.
Assim a Pedra Bruta ao ser trabalhada adquire Força por se poder encaixar com outras, Beleza pelo seu equilíbrio de formas e Sabedoria porque ao refletir a luz torna-se ela própria uma forma de Luz transmitida.
Um Maçom não é uma criança obrigada a decorar um catecismo. Um Maçom é um homem livre, um homem instruído, um homem capaz de pesquisar e de encontrar a verdade tal é grande a finalidade da Maçonaria.

Ir.´. Edson Guedes da Silva lr.´.  Ap.´. M.´.